A crise econômica que hoje atinge o Brasil, aliada aos escândalos da operação Lava Jato, afetou diretamente o mercado da construção civil. As grandes construtoras que geram empregos direitos e indiretos, na área, estão sendo investigadas por supostos envolvimentos em esquemas de corrupção e incorporações em franca desaceleração pela degradação da economia brasileira.
Atualmente, o número de demissões tem superado as contrações. Essa situação tem deixado estudantes de Engenharia Civil um tanto quanto preocupados com o mercado de trabalho.
O declínio nas contratações do setor, vem acontecendo desde 2014. Até então, o número de engenheiros admitidos sempre foi superior ao de demissões. De acordo com o levantamento realizado pela Federação Nacional de Engenheiros, divulgado pelo Jornal Folha de São Paulo, aproximadamente de 52 mil profissionais foram contratados e 55,1 mil foram demitidos, no ano citado.
Embora os dados apontem as dificuldades do mercado para estes profissionais, a procura por formação nesta área segue pelo lado oposto. A quantidade de matrículas nos cursos de Engenharia Civil vem subindo a cada ano. Estudos realizados pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostraram que a expectativa para 2017 é de 84.112 graduados no país – apenas no curso de Engenharia Civil.
Novos rumos
Mesmo com a crise, no setor ainda é possível conseguir uma boa colocação; desde que os profissionais estejam devidamente qualificados. A dica para quem está se formando é procurar se especializar e se destacar no segmento. Não basta apenas ter graduação é preciso entender o mercado, encontrar o seu diferencial e correr atrás da oportunidade.
Algumas empresas oferecem os programas de Trainees, que é uma excelente chance para quem está concluindo os estudos e precisa ter experiência na função. Já os que estão começando, vale ressaltar que deve o quanto antes, buscar um estágio. A experiência adquirida durante a formação irá ajudar no final da graduação quando for procurar emprego como um profissional.
Agora, se você está procurando uma maneira de recolocação no mercado de trabalho, mesmo que não seja especificamente na construção civil, saiba que o engenheiro pode desempenhar diversos outros papeis relacionados a formação obtida na universidade.
Muitos profissionais encontram oportunidades em outros setores. Uma das áreas que mais ofertam chances aos engenheiros é a financeira, pois o curso exige muitos cálculos – e para finanças estes profissionais são perfeitamente capazes de exercer essas atividades.
As habilidades adquiridas na faculdade podem ajudar a superar o momento de crise. Assim o profissional não fica desempregado até que a situação esteja um pouco melhor. Esta não é a única profissão afetada pela crise, a dificuldade está em qualquer setor, o que conta mesmo é a qualificação e a força de vontade superar esse período.
Neste momento as habilidades pessoais, além é claro das acadêmicas e experiências, contam muito. Responsabilidade, ética, persistência, resiliência, caráter são qualidades que fazem a diferença no novo mercado que surge com o agravamento da crise.
Temos na engenharia um termômetro econômico de grande vulnerabilidade; aquecemos ou esfriamos numa rapidez muito grande com a economia. O importante é manter-se no mercado, alinhado com princípios e valores que certamente levarão o bom profissional a se reinventar neste momento delicado.
A Engenharia e feita por ciclos, e o profissional precisar entender e acompanhar o mesmo para manter-se no mercado. Estamos passando por uma mudança de um período forte de crescimento para uma desaceleração acentuada, mas os profissionais que mantiverem suas qualidades encontrarão certamente um lugar ao sol. Já os em graduação devem desde já buscar pensar fora da caixa, encontrando um caminho novo e diferenciado dentro da Engenharia, definitivamente fazer mais do mesmo não encontra espaço nesta nova série recém-iniciado.
Na vida aprendemos por amor, pela dor ou por inteligência, espero que esta última seja sua escolha.